Glossário


        Etnocentrismo: Etnocentrismo é colocar a minha etnia como padrão de superioridade em comparação com outras. A visão etnocêntrica é aquela que vê o mundo com base em sua própria etnia, desconsiderando as outras culturas ou considerando a sua como superior às demais. O observador etnocêntrico vê-se como superior aos demais.

        Alteridade: A alteridade é o reconhecimento das diferenças, se colocar no lugar do outro e reconhecer que existem pessoas e culturas singulares e subjetivas que pensam, agem e entendem o mundo de suas próprias maneiras.


        Darwinismo/ evolucionismo social: No darwinismo social ou evolucionismo social, a sociedade tende a uma evolução civilizacional, em que sobrevivem as sociedades mais fortes e/ou que melhor se adaptam ao ambiente. Esse conceito gerou problemas étnicos já que algumas sociedades passaram a se considerar superiores a outras.


Charles Darwin

        Eugenia: A eugenia é uma teoria e foi um movimento baseado na genética de que seria possível criar seres humanos melhorados a partir do controle genético dos mesmos, controlando a evolução humana. Para isso, acreditavam que era preciso excluir grupos "indesejáveis", usando critérios de condições socioeconômicas, fenótipos específicos a vícios morais (como o alcoolismo) até doenças mentais e físicas e assim impedir a sua reprodução. 
        Esses aprimoramentos não seriam, porém, apenas biológicos, mas também sociais, psicológicos, econômicos e culturais. Assim, as ideias da teoria eugênica foram utilizadas para propagar preconceitos e discriminações entre diferentes grupos sociais.



        Racismo Científico: O racismo científico é uma crença que foi perpetuada por muito tempo, o termo é a justificativa científica para atos hediondos e desumanos, que procuram provas para explicar e apoiar a diferenciação das etnias, a inferioridade ou superioridade racial, aumentando ainda mais o racismo e a segregação. Alguns cientistas que tem esse pensamento utilizam os conceitos de antropologia, antropometria, craniometria, entre outros estudos tipológicos para argumentar a classificação populacional a partir de sua aparência física, categorizando as mesmas como inferiores ou superiores pelos seus aspectos físicos.
 

        Eurocentrismo: Eurocentrismo é um sistema ideológico que coloca a visão e cultura europeia em centralidade e superioridade das outras do mundo. As pessoas eurocêntricas levam em conta somente os valores europeus.


        Darwinismo/ evolucionismo biológico: evolucionismo biológico é o nome dado à teoria que explica como ocorre a evolução das espécies. Tendo como ideia básica a seleção natural, observada na natureza. As pequenas variações casuais que aparecem nos organismos fazem com que suas probabilidades de sobrevivência e reprodução sejam diferentes. Criando o conceito no qual apenas o organismo mais apto é selecionado pelo meio e transmite suas características aos seus descendentes.

      

        Políticas Eugênicas: Como explicado anteriormente a eugenia é uma teoria baseada na genética em que seria possível criar seres humanos "aprimorados" a partir do controle genético, comandando a evolução humana. Quem desenvolveu e disseminou esse termo e teoria em meados de 1880 foi o cientista Inglês Francis Galton (1882-1911), a intenção de Galton era criar gênios e espécimes melhores na humanidade, o mesmo descreveu sua teoria como "O estudo dos agentes sob o controle social que podem melhorar ou empobrecer as qualidades raciais das futuras gerações seja física ou mentalmente"
        Nos meios acadêmicos, midiáticos e diversos outros, a eugenia está relacionada à ideia de um procedimento politicamente incorreto, deturpado e infestado de preconceitos. Todavia, por várias décadas, importantes e respeitáveis representantes de vários campos científicos, como Henry Herbert Goddard (1866-1957), Buck v. Bell , 274 US 200 (1927), (decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos , escrita pelo Juiz Oliver Wendell Holmes Jr. , na qual o Tribunal decidiu que um estatuto estadual permitindo a esterilização compulsória dos "inaptos", incluindo o deficientes intelectuais , "para a proteção e saúde do estado") e Renato Kehl (1889-1974), pai da eugenia no Brasil, incorporaram a eugenia em suas preocupações no que dizia respeito à melhoria das condições sociais, ao combate de condições produtoras de pobreza e de miséria, ao incremento das condições de saúde da população e às reformas legais e educacionais.
        Muitos renomados e conhecidos academicamente, viram na eugenia a solução brasileira e o início da nação do futuro, que excluiria negros, imigrantes asiáticos e deficientes de todos os tipos, assim, apenas os brancos de descendência europeia povoariam o Brasil, a teoria foi introduzida no país primeiramente por Miguel Couto em 1914 que publicou vários livros sobre saúde públicos. Influenciado pelas ideias e artigos de Couto, o médico e sanitarista Renato Kehl (1889-1974) acreditava que a melhoria racial só seria possível com um amplo projeto que favorecesse o predomínio da raça branca no país, segundo a professora do Departamento de Antropologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Maria Eunice Maciel, essas foram algumas das ideias de Kehl “segregação de deficientes, esterilização dos ‘anormais e criminosos’, regulamentação do casamento com exame pré-nupcial obrigatório, educação eugênica obrigatória nas escolas, testes mentais em crianças de 8 a 14 anos, regulamentação de ‘filhos ilegítimos’ e exames que assegurassem o divórcio, caso comprovado ‘defeitos hereditários’ em uma família”.
        Durante os anos 1920, o Movimento Eugênico Brasileiro se organizaria em torno de outras instituições, como foi o caso da Liga Brasileira de Higiene Mental, instituição que incorporou o ideário eugênico com bastante interesse.[9] Em 1929, o movimento se fortaleceria ainda mais com a criação do Boletim de Eugenia, periódico fundado e dirigido por Renato Ferraz Kehl, o incansável divulgador da eugenia no Brasil e na América Latina. Neste mesmo ano seria realizado o Primeiro Congresso Brasileiro de Eugenia, organizado em comemoração ao centenário da Academia Brasileira de Medicina.
        Presidido pelo médico legista e antropólogo Edgard Roquette-Pinto e secretariado por Renato Ferraz Kehl, o evento ficou marcado como um dos principais congressos de eugenia da América Latina, tendo reunido importantes figuras da comunidade intelectual brasileira e latino-americana. No início dos anos 1930, no auge das discussões sobre controle eugênico da imigração, dos matrimônios e da natalidade, eugenistas brasileiros fundariam a Comissão Central Brasileira de Eugenia, com o objetivo de assessorar o governo e as autoridades públicas em assuntos relacionados ao aperfeiçoamento eugênico da população.




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